segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Antropologia: Entre a Arte e a Ciência

ANTROPOLOGIA: Entre a Arte e a Ciência... (1)



Que nome diferente para um saber tão interessante  ! , já poderíamos dizer logo de início, a Antropologia é um desvendar contínuo das nossas origens ou de nosso processo evolucionário a partir de um ramo dos primatas. A Antropologia Física foi uma das pioneiras na investigação de fósseis humanos, ossos que respondem a várias perguntas sobre nossos mais antigos ancestrais até o contemporâneo Homo sapiens sapiens. Mas a Antropologia não é apenas um trabalho complexo de reconstrução do enorme quebra-cabeça que se tornou a evolução humana desde a África até as migrações para a Ásia, Oceania e Américas.
A diversidade física dos seres humanos atuais não é mais definida por raças, pela cor da pele,  formato dos olhos, cabelos entre outros aspectos físicos anteriormente denominados raciais. Hoje temos a certeza que são apenas bases sobre as quais as culturas humanas foram criadas ao longo de milhares de anos. Nenhum ser humano está preso a determinações biológicas (físicas) de seu próprio corpo, sua inteligência e comportamento não advém de características genéticas hereditárias.
Seres humanos inventaram a linguagem há milhares de anos atrás e se diferenciaram de outros animais, as pinturas ou arte rupestre demonstram a capacidade de imaginação simbólica do Homem em querer se representar e dar sentido à vida em uma era que ainda deixa marcas profundas na nossa história passada, na vida contemporânea e  certamente deixará em nosso próprio futuro.
A Antropologia ou visão antropológica permite uma reflexão teórica e empírica sobre nossa ancestralidade do ponto de vista biológico, histórico, econômico,social, cultural, político, técnico e tecnológico. E para que serve tudo isso ? Dedicar tanto tempo a questões que sempre nos perseguiram: de onde viemos ? quem somos ? e para onde vamos ?
 Com a fundação da pesquisa etnográfica por Bronislaw Malinowski no início do século XX temos, pela primeira vez, condições de compreender a diversidade social e cultural de seres humanos que foram mal compreendidos por uma chamada civilização européia detentora de uma suposta superioridade em relação a outras sociedades ágrafas, muitas vezes distantes na geografia, não urbanizadas e industrializadas.
A questão central era produzir um saber e uma pesquisa de campo etnográfica que escapasse à visão dos antropólogos de gabinete (denominados evolucionistas) Frazer, Tylor e Morgan. Neste sentido Malinowski escreve uma obra-prima - Argonautas do Pacífico Ocidental (1922) que certamente está entre a arte e a ciência, pois trabalha em estilo romanceado uma descrição notável dos comportamentos nativos dos trobiandeses das ilhas do Pacífico Sul. A etnografia é a marca registrada da Antropologia Social e Cultural e carrega a arte nas descrições dos antropólogos que vão à campo, o CONVERSANDO ANTROPOLOGIAS falará muito desta grande ferramenta científica e artística que é a compreensão e interpretação das culturas humanas sem preconceitos ou etnocentrismo.

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